sábado, 26 de fevereiro de 2011

Hiper-realismo

Dei-lhe um poema do Ramos Rosa
num papel
cheirava a tinta, era novo o papel
no fim das letras estava o meu nome,
deslocado.

disse que não entendia,
que era uma merda que eu escrevia mal que a poesia é uma
merda porque parece uma fotografia mas depois é um quadro
hiper-realista. eu disse que o poema não era uma merda nem
a poesia é tampoco merda.
A merda é ler poesia e querer ter as palavras todas ali.

(Naquele papel só estava o meu nome).


Adriano J. Morgadinho

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